Revista

45

1 Agosto 2023

Edição de Sofia Batalha

Ficha Técnica

Os artigos são da inteira responsabilidade do autor.

EDITOR

Sofia Batalha

DESIGN E PaGINAÇÃO

Sofia Batalha e Maria Trincão Maia

revisão

Margarida Trincão e Quelinha Caetano

crédito das fotos

Unsplash.com e fotografias dos autores 

Edição 45

Estou cansada. Cansada não, exausta mesmo. Espero que quando este número sair eu já esteja de férias. Preciso de desligar e apenas usufruir, apenas estar. Para quem não sabe a paginação, design e estruturação de cada número da revista, apesar de feito com amor e muita dedicação, dá (muito) trabalho.

É, de facto, muito tempo alocado aos pormenores de leitura, promoção e estruturação de cada número.
O teimoso coração grita que é fundamental esta revista, ter um chão para estas vozes, um corpo para poderem ecoar em conjunto, cada uma na sua tonalidade, vibração e ritmo. Apesar de todo o trabalho e tempo entregue a coser cada edição. Que possamos usufruir em conjunto das histórias, corpos e questionamentos que aqui se ancoram, que nos possamos desdobrar e desconstruir nas nossas crenças tão lineares da realidade. Puxemos as pontas soltas e re-encontremos integridade e chão.

Nesta edição estamos muito felizes de publicar um ensaio/história da escritora e investigadora Daniela Kato, radicada no Japão há mais de uma década, que nos propõe uma jornada pelo vento e pela sua força simbólica e visceral. Damos também as boas-vindas a mais uma colunista, a bióloga Telma G. Laurentino, com a sua coluna “Entrelaçamentos Inegáveis,” onde falará sobe histórias e estórias, de entrelaçamentos que honram a beleza da conexão sem negar o estrume, os limites, a violência e as complexidades de viver hoje no planeta Terra. São artigos elaborados em forma de questionamento auto-reflexivo, para podermos navegar sem respostas à mão de semear.

Dançando com o Vento

Daniela Kato

Neste final de Maio, o céu está carregado e o ar húmido – a estação das chuvas aproxima-se da aldeia a passos largos e durante um mês inteiro a água cairá sem cessar. Estes são os últimos dias secos que temos para completar a tarefa à nossa frente, mas nem mesmo este sentido de urgência quebra o encanto do contato visceral com a terra.

Cartografia do livro “O Santuário”

PARTE I

Sofia Batalha

A minha atual linha de trabalho mantém-me à procura de mitos e histórias de lugares, constantemente a averiguar diferentes versões de contos populares locais. Uma das minhas motivações para continuar a desenterrar e recuperar as camadas submersas da minha cultura, é resgatar outras formas de relacionar, outras formas de contar histórias, que, sem se apropriar de mitos e saberes de outras culturas, possam aproximar-nos de uma perspectiva sagrada animista —a presença relacional complexa num mundo consciente vivo.

Viver Entre Ausências 

Maria Trincão Maia

Para onde vai a dor do luto não aceite “socialmente”? Onde existe lugar para reclamos os lutos profundos, dolorosos e silenciados?

A nível legal, o termo para dias de luto a que um trabalhador tem direito, chama-se Período de Nojo. Uma tabelinha hierarquicamente organizada pela importância na concepção actual sobre o que é família.

Colunas desta Edição

Mitologia Criativa

ÉLIA GONÇALVES

“Pela Beleza do Mundo”
4 min. leitura

Ciclos da Terra e da Alma

IRIS LICAN GARCIA

“Vamos falar de Herbalismo?”
3 min. leitura

Biografia dos dias sem princípio

INÊS PECEGUINA

“Me, myself and I: da pessoa-epílogo à pessoa-prólogo”
PARTE II
4 min. leitura

O Canto do Verbo

ANA ALPANDE

“Carta à minha Neta”
3 min. leitura

Onde mora o coração, histórias e paisagens

ANA SEVINATE

“A Estrela do Mar”
3 min. leitura

Mil-em-Rama

MARISTELA BARENCO

“Ideologia, consciência e desejo: o que promove mudanças?”
2 min. leitura

Ecoespiritualidade

JORGE MOREIRA

“Teo(Sofia) – Chamada à Ação”
9 min. leitura

Estórias Simples

PATRÍCIA ROSA-MENDES

“Na memória dos ossos”
4 min. leitura

O Cântico dos Cânticos

AMALA OLIVEIRA

“Sagrada Comunhão”
3 min. leitura

Entrelaçamentos Inegáveis

TELMA LAURENTINO

“Arco-íris no Deserto”
4 min. leitura

O teimoso coração grita que é fundamental esta revista, ter um chão para estas vozes, um corpo para poderem ecoar em conjunto, cada uma na sua tonalidade, vibração e ritmo.

Apesar de todo o trabalho e tempo entregue a coser cada edição. 


Que possamos usufruir em conjunto das histórias, corpos e questionamentos que aqui se ancoram, que nos possamos desdobrar e desconstruir as nossas crenças tão lineares da realidade.

Sofia Batalha

Sofia Batalha

Fundadora e Editora da Revista

Mamífera, autora, mulher-mãe, tecelã de perguntas e desmanteladora o capitalismo-global-colonial-tecnológico um dia de cada vez. Desajeitada poetiza de prosas, sem conhecimentos gramaticais. Peregrina pelas paisagens interiores e exteriores, recordando práticas antigas terrestres, em presença radical, escuta activa, ecopsicologia, arte, êxtase, e escrita.
Honor hystera. Re-member. Response-ability. (un)Learn together.


Autora de nove livros e editora da revista online Vento e Água, Comadre conversadeira no podcast Re-membrar os Ossos e em Conversas D'Além Mar. Instagram, Serpentedalua.com, Sofiabatalha.com