Sétimo ciclo

49

1 fevereiro 2024

Edição de Sofia Batalha

Ficha Técnica

Os artigos são da inteira responsabilidade do autor.

EDITOR

Sofia Batalha

DESIGN E PaGINAÇÃO

Sofia Batalha e Maria Trincão Maia

revisão

Margarida Trincão e Quelinha Caetano

crédito das fotos

Unsplash.com e fotografias dos autores 

7º ciclo - 2024

Revista 49 - 1 de Fevereiro
Revista 50 - 21 de Março
Revista 51 - 1 de Maio
Revista 52 - 21 de junho
Revista 53 - 1 de Agosto
Revista 54 - 21 de Setembro
Revista 55 - 1 de Novembro
Revista 56 - 21 de Dezembro

 

Ciclos Anteriores

Sétimo Ciclo! Edição 49

Desbravamos por caminhos e metáforas fora dos fios da modernidade, abrindo caminho por entre as silvas e urtigas. Rasgamos e picamos a pele e, pela dor, sentimos o luto e a raiva de um mundo à beira do colapso. Abordamos os paradoxos e perversões da modernidade e das suas limitações cognitivas. Respiramos fundo e continuamos, aqui mesmo, à escuta das histórias, mitos, orações e gritos que nos nutrem e onde nos podemos aninhar e reconfigurar. Falamos, escrevemos e sentimos fora do (andro)antropocentrismo, das violentas ilusões de controle ou do crescimento económico perpétuo.

ESTE É O TERRITÓRIO DO FIM DO MUNDO.

Continuamos aqui! Insubordinadas e teimosas! Um brinde ao sétimo ciclo da revista que se inaugura com este número! Uma salva a todos que contribuem, aos que nos lêem e aos que se permitem ser tocados ali mesmo onde a alma parece esgaçar. A grande novidade deste ciclo que agora se inicia é o Convite Aberto: estar em relação – ecologia, arte e mistério.  Convidamos a submissão de textos. Um convite a que nos enviem artigos que desafiem a categorias dos géneros literários ou disciplinas, cuja principal motivação é a curiosidade e a exploração territorial. Estamos interessados em artigos de diferentes práticas e interesses.

Ode a Gala

Maria trincão maia

Perco-me nos seus olhos azuis. O meu reflexo no seu olhar tranquiliza-me.

Espreguiça-se em cima da cama, como se fosse o seu território.

Enrosca-se mais um pouco, enquanto os raios de sol entram pela janela.

Encosta a sua cabeça no meu queixo e aninha-se. Descansa e eu descanso.

História da Medicina

Antonella Vignati

A História que estudamos na escola e nas Universidades é contada sempre a partir de um ponto de vista único: o ponto de vista masculino (e das etnias e classes dominantes).
Acabamos por aceitar inconscientemente a ideia de que a metade da humanidade seja um elemento marginal e irrelevante na sequência de grandes feitos, guerras e conquistas que constitui a verdadeira História Universal.

Transgressão

Maria José Pessoa

A dúvida é o risco de sermos corridos do jardim onde brincávamos, na infância, pela dona do rés-do-chão do prédio. É saber dessa tão evidente possibilidade e manter o desejo de viver o gozo de respirar junto à terra, por baixo do mar de hortênsias, num refúgio-tenda-abrigo verde com cheiro de vida.

A Riqueza do Parentesco Selvagem

Sofia Batalha

Mas comecemos pelo início, pelo conceito de mito. Ouvimos falar de Mitos, mas não percebemos bem o que é um mito–é uma palavra quase que mística, uma palavra meio misteriosa, não é? O que será um mito? Na verdade, os Mitos andam pelas ruas da amargura, porque o que é tido como um mito é algo para descartar, é mentira, ou não é factual, ou é puramente inventado, ou foi apenas imaginado. Esta ideia dos Mitos, numa sociedade racional como a nossa, é algo que tem uma carga muito negativa e depreciativa. Agora, quero que pensemos em conjunto sobre o que são realmente os Mitos.

Colunas desta Edição

Mitologia Criativa

ÉLIA GONÇALVES

“Tudo o que é Chão é Colo”
4 min. leitura

Ciclos da Terra e da Alma

ÍRIS LICAN GARCIA

Devoção: do Devorar do Coração
1 min. leitura

O Canto do Verbo

ANA ALPANDE

“Sonhar como um Animal”
4 min. leitura

Onde mora o coração, histórias e paisagens

ANA SEVINATE

“Os Sobreiros também choram”
2 min. leitura

Estórias Simples

PATRÍCIA ROSA-MENDES

“A Arte Perdida de Engraxar Sapatos”
5 min. leitura

O Cântico dos Cânticos

AMALA OLIVEIRA

“Escola das Almas Ardentes”
3 min. leitura

Entrelaçamentos Inegáveis

TELMA LAURENTINO

“A Benção do Plástico”
4 min. leitura

Sessão dia 7 de Março das 19h às 20.30h, com duração de 1.30h no zoom.
O valor é por donativo.

Workshop Vento e Água

Chá de Urtigas com Telma Laurentino

Uma cartografia ecossistémica das urticárias curadoras da modernidade.

Tal como as urtigas crescem através de muros, exploraremos as epistemologias que se enraízam em nós e crescem entre prescrições estáticas e estéreis da modernidade.
As nossas ideias de conforto binárias e insustentáveis que (inadvertidamente) contribuem para a violência ecossistémica e que se recusam a ver a medicina a nossos pés… ?
Leia aqui o MANIFESTO DA URTIGA.

Com Telma Laurentino – cientista, comunicadora e criativa. Conheça a sua voz na coluna “Entrelaçamentos inegáveis” na Vento e Água. 

O animismo não é uma crença, mas uma visão do mundo: O mundo é um lugar sagrado e nós fazemos parte dele. A factualidade desta afirmação não é a questão. Dizer que o mundo é um lugar sagrado é fazer uma afirmação sobre valores, não sobre factos. É uma afirmação sobre o que se entende por “sagrado”, tal como “o dinheiro não compra a felicidade” é uma afirmação sobre o que se entende por “felicidade”. Para simplificar, o Animismo não é um sistema de crenças, é um sistema de valores.

– Daniel Quinn

Sofia Batalha

Sofia Batalha

Fundadora e Editora da Revista

Mamífera, autora, mulher-mãe, tecelã de perguntas e desmanteladora o capitalismo-global-colonial-tecnológico um dia de cada vez. Desajeitada poetiza de prosas, sem conhecimentos gramaticais. Peregrina pelas paisagens interiores e exteriores, recordando práticas antigas terrestres, em presença radical, escuta activa, ecopsicologia, arte, êxtase, e escrita.
Honor hystera. Re-member. Response-ability. (un)Learn together.


Autora de nove livros e editora da revista online Vento e Água, Comadre conversadeira no podcast Re-membrar os Ossos e em Conversas D'Além Mar. Instagram, Serpentedalua.com, Sofiabatalha.com