Sétimo ciclo
50
21 Março 2024
Edição de Maria Trincão Maia
Ficha Técnica
Os artigos são da inteira responsabilidade do autor.
EDITOR
Maria Trincão Maia
DESIGN E PaGINAÇÃO
Sofia Batalha e Maria Trincão Maia
revisão
Margarida Trincão e Quelinha Caetano
crédito das fotos
Unsplash.com e fotografias dos autores
7º ciclo - 2024
Revista 49 - 1 de Fevereiro
Revista 50 - 21 de Março
Revista 51 - 1 de Maio
Revista 52 - 21 de junho
Revista 53 - 1 de Agosto
Revista 54 - 21 de Setembro
Revista 55 - 1 de Novembro
Revista 56 - 21 de Dezembro
Ciclos Anteriores
Edição 50
Quando a altura de começar a fazer a revista chegou olhei com espanto para o número redondo que se apresentava. 50! São 50 edições desta revista, esta conjugação de dois números, tão simples e comuns torna-se numa meta que apesar de óbvia na sequência das edições não deixa de ser surpreendente. São 50 edições! Este espanto de uma conquista aparentemente simples, mas tão marcante. Perguntavam-me, no outro dia, porque continuávamos a fazer a revista? E a resposta, tanto minha como da Sofia, é sempre a mesma: amor e teimosia. A revista muitas vezes é um grito de resistência, a resistência de quem está numa luta fora o mainstream, que não se polariza num mundo binário. Abraçamos, dançamos, choramos, enlutamos, nascemos e morremos, num mundo que queremos diverso, “um mundo com muitos mundos dentro dele”. Somos formiguinhas obreiras às vezes, outra vez castores, umas vezes leoas e tigres regendo os dentes, somos humanas também. Mas o que queremos mesmo ser é ecossistemas, abraçar o muro que é furado por urtigas como a nossa querida Telma Laurentino nos ensinou no Chá com Urtigas. E que venham mais chás, mais conversas e espaços. Nesta edição também damos as boas vindas a grande Fátima Marques, nova colunista, que vem falar-nos de neurodivergência. Tão necessário, tão importante.
E brindemos, brindemos as nossas 50 edições e, mais importante do que isso, os 50 anos do 25 de Abril. Desse grande evento que nos permite hoje dançarmos em liberdade. Viva a vida.
Os Cravos Murcham
Maria trincão maia
Empunhamos as flores, pomos nas lapelas, nos cabelos… dos sacos de algodão, pendurados aos ombros, espreitam orgulhosos. São Cravos Senhores e Senhoras. São Cravos de Abril. Vermelhos, vermelho vivo, vivo como o sangue pulsante de quem fazia a revolução. São Cravos! Viva Abril, Viva o 25 de Abril. Viva a democracia!
O 25 de Abril foi há 50 anos. Envelheceu. Curioso que o símbolo da nossa pacífica revolução são flores, flores cortadas, flores que irão morrer passado poucos dias. .
Trauma e Lugar
Sofia Batalha
Não temos trauma; o trauma têm-nos a nós.
– Báyò Akómoláfé
Muito se tem falado sobre trauma nos últimos tempos. Tanto, que já se tornou uma palavra de uso corrente e o seu significado foi bastante superficializado.
Uma das possíveis definições de trauma é a descrição de desafiantes consequências emocionais que a vivência de acontecimentos angustiantes tem para um indivíduo. Acontece que os acontecimentos traumáticos podem ser difíceis de definir porque o mesmo evento pode ser mais traumático para algumas pessoas que para outras.
Colunas desta Edição
Mitologia Criativa
ÉLIA GONÇALVES
“Das cinzas e dos inícios“
3 min. leitura
Ciclos da Terra e da Alma
ÍRIS LICAN GARCIA
“Chá de Cravos“
2 min. leitura
Biografia dos dias sem princípio
INÊS PECEGUINA
“Para o infinito e mais além: sobre as narrativas, e o esquecimento”
PARTE I
4 min. leitura
O Canto do Verbo
ANA ALPANDE
“Culto à Eternidade”
1 min. leitura
Onde mora o coração, histórias e paisagens
ANA SEVINATE
“As Senhores com Capuzes de Cor Púrpura”
2 min. leitura
Mil-em-Rama
MARISTELA BARENCO
“Quando a arte refecunda a vida: por “Dias Perfeitos“
3 min. leitura
Estórias Simples
PATRÍCIA ROSA-MENDES
“Palavras”
6 min. leitura
O Cântico dos Cânticos
AMALA OLIVEIRA
“A Voz do Espírito Santo”
3 min. leitura
Entrelaçamentos Inegáveis
TELMA LAURENTINO
“O convite do chá de urtigas à respiração ecossistémica“
3 min. leitura
Ecoespiritualidade
JORGE MOREIRA
“A Despedida”
3 min. leitura
No Espetro – Neurodiversidade
e Justiça Social
FÁTIMA MARQUES
“Não se Pode Ensinar a Nadar Quem se Está a Afogar“
5 min. leitura
“Perguntavam-me, no outro dia, porque continuávamos a fazer a revista? E a resposta, tanto minha como da Sofia, é sempre a mesma: amor e teimosia. A revista muitas vezes é um grito de resistência, a resistência de quem está numa luta fora o mainstream, que não se polariza num mundo binário. Abraçamos, dançamos, choramos, enlutamos, nascemos e morremos, num mundo que queremos diverso, “um mundo com muitos mundos dentro dele. Somos formiguinhas obreiras às vezes, outra vez castores, umas vezes leoas e tigres regendo os dentes, somos humanas também.
Maria Trincão Maia
Editora da Revista
Pessoa, às vezes. À procura de alguma coisa que não sabe o que é. Caminhante por margens, que às vezes anda de carro ou bicicleta elétrica. Uma espécie de estudante e uma estudante de espécie. Designer mas não sabe de que... ainda. Porém, quase preferencialmente: uma metamorfose ambulante.
- instagram.com/maria.trincao.maia