Sétimo ciclo
51
21 Maio 2024
Edição de Sofia Batalha
Ficha Técnica
Os artigos são da inteira responsabilidade do autor.
EDITOR
Sofia Batalha
DESIGN E PaGINAÇÃO
Sofia Batalha e Maria Trincão Maia
revisão
Margarida Trincão e Quelinha Caetano
crédito das fotos
Unsplash.com e fotografias dos autores
7º ciclo - 2024
Revista 49 - 1 de Fevereiro
Revista 50 - 21 de Março
Revista 51 - 1 de Maio
Revista 52 - 21 de junho
Revista 53 - 1 de Agosto
Revista 54 - 21 de Setembro
Revista 55 - 1 de Novembro
Revista 56 - 21 de Dezembro
Ciclos Anteriores
Edição 51
Já a terceira revista deste sétimo ciclo temos algumas novidades! Para esta edição convidamos o psicanalista Fabrice Olivier Dubosc, um investigador em pós-ativismo decolonial, também ativo em subcomunidades fugitivas eco-psico-sociais locais e transnacionais e na educação. Este autor traz-nos os fios da Aspiração, pertença e desejo no seu artigo.
Há agora no site a possibilidade de encontrar os artigos por autor! Desta forma conseguem seguir directamente as publicações dos vossos autores favoritos.
Temos também novidades nos workshops do Chá de Urtigas: haverá nova edição já no dia 23 de Maio às 19h, com Íris Lican. O tema é Ossos Sagrados – Educação eco-somática e animismo. Segue o link para participares.
Aspiração/Ser-saudoso
fabrice olivier dubosc
Aspiração vem do latim aspirare que significa “inspirar, inalar”. É em parte semelhante a in-spiração que tem uma etimologia semelhante e significava – entre outras coisas – receber do ar o dom da adivinhação.
Numa fabulação especulativa onde o sentimento e o pensamento se misturam com faíscas visionárias, aspiração exprime o que a respiração exprime no plano físico. Faz parte do processo e do ritmo pelo qual metabolizamos as experiências vividas, gerando imagens vitais e histórias partilhadas em ressonância relacional…
Os Espelhos que nos Enclausuram
Sofia Batalha
“Sair da sala de espelhos faz-nos rasgar ao mundo.”
– in O Santuário, Ensaios de Eco-Mitologia, p.192, de Sofia Batalha
A metáfora do espelho é hoje corrente, tendo caído no léxico comum e tornando-se num bode-expiatório que justifica a perniciosa lente individualista e superficial. Bem, já deu para perceber o quanto discordo desta metáfora tão usada por tudo e por nada. “Tudo o que vês é um espelho de ti” – na verdade, acho-a bastante perigosa e limitada.
A imatura ideia de que tudo é um “espelho-meu” é uma espécie de distorção do entrelaçamento visceral e ecológico, que no entanto, reverte e limita tudo ao “eu”.
Give Yourself a break. Dissociate!
Maria trincão maia
Entre a possibilidade do fim do mundo, ou a sua efetiva existência, existo. Existo neste espaço que me faz oscilar entre a esperança e o desespero. E a pergunta: se o mundo está a acabar, por que vale a pena lutar? E lutar por quê? E por quem?
Depois relaxo, anseio pelo novo iPhone, o meu já está a dar sinais de velhice precoce programada. O famoso obsoletismo programado.
Colunas desta Edição
Mitologia Criativa
ÉLIA GONÇALVES
“Quanto é Suficiente: a segunda tarefa de Psique“
4 min. leitura
Ciclos da Terra e da Alma
ÍRIS LICAN GARCIA
“Afinal, é só um Cravo“
4 min. leitura
Biografia dos dias sem princípio
INÊS PECEGUINA
“Para o infinito e mais além: sobre as narrativas, e o esquecimento”
PARTE II
4 min. leitura
O Canto do Verbo
ANA ALPANDE
“Todas As Conversas Que Não Temos Sobre A Morte Roubam-nos A Vida”
5 min. leitura
Onde mora o coração, histórias e paisagens
ANA SEVINATE
“A Sensualidade das Flores”
2 min. leitura
Mil-em-Rama
MARISTELA BARENCO
“Aprendendo a conjugar o verbo “Sair” como um compromisso Ético.“
3 min. leitura
Estórias Simples
PATRÍCIA ROSA-MENDES
“Do Poder e do Amor”
4 min. leitura
O Cântico dos Cânticos
AMALA OLIVEIRA
“Holografia de Beltane”
3 min. leitura
Entrelaçamentos Inegáveis
TELMA LAURENTINO
“A realidade? Trabalhadores não são engrenagens, solo não é pó.”
5 min. leitura
Ecoespiritualidade
JORGE MOREIRA
“Uma Liberdade mais Profunda”
4 min. leitura
No Espetro – Neurodiversidade
e Justiça Social
FÁTIMA MARQUES
“Positivo ou Negativo? Todos.“
2 min. leitura
A Investigação-Oração assenta nas premissas do afecto, da partilha e da pertença –de como as histórias partilhadas geram cultura e levantam os véus dos nossos vis condicionamentos. Esta é uma proposta de mudança de cosmovisão, para nos movermos além do antropocentrismo. A potência do afecto está enraizada na pluralidade e ecologia de saberes, assim como na constante auto-reflexão crítica, recriando um imaginário colectivo e orgânico. A Investigação-Oração é assim um processo vivo e plural que se propõe trabalhar com o relacional, com as percepções de poder e a construção da realidade.
Vejo a estética coreográfica da Investigação-Oração como medicina e antídoto à literal e ilusória uniformidade, assim como à restrita noção de realidade do ocidente moderno. Dentro desta prática, a ficção fecunda a realidade com possibilidades híbridas e quiméricas, viabilizando narrativas alternativas.
Sofia Batalha
Eco-Mitologia e Ecopsicologia; Fundadora e Editora da Revista
Mamífera, autora, mulher-mãe, tecelã de perguntas e desmanteladora o capitalismo-global-colonial-tecnológico um dia de cada vez. Desajeitada poetiza de prosas, sem conhecimentos gramaticais. Peregrina pelas paisagens interiores e exteriores, recordando práticas antigas terrestres, em presença radical, escuta activa, ecopsicologia, arte, êxtase, e escrita.
Certificada em Ecopsicologia e Mitologia Aplicada pela Pacifica University, nos EUA. Identifico-me como pós-activista, fazendo parte do Advisory Board da The Emergence Network.
*Homenagear hystera. Recordar a capacidade de resposta. (des)aprender em conjunto.
Podcast Eco-Mitologia
Autora de 11 livros & 2 (Des)Formações
Website . Instagram . Substack . Serpentedalua.com