Sétimo ciclo

50

21 Março 2024

Edição de Maria Trincão Maia

Ficha Técnica

Os artigos são da inteira responsabilidade do autor.

EDITOR

Maria Trincão Maia

DESIGN E PaGINAÇÃO

Sofia Batalha e Maria Trincão Maia

revisão

Margarida Trincão e Quelinha Caetano

crédito das fotos

Unsplash.com e fotografias dos autores 

Edição 50

Quando a altura de começar a fazer a revista chegou olhei com espanto para o número redondo que se apresentava. 50! São 50 edições desta revista, esta conjugação de dois números, tão simples e comuns torna-se numa meta que apesar de óbvia na sequência das edições não deixa de ser surpreendente. São 50 edições! Este espanto de uma conquista aparentemente simples, mas tão marcante. Perguntavam-me, no outro dia, porque continuávamos a fazer a revista? E a resposta, tanto minha como da Sofia, é sempre a mesma: amor e teimosia. A revista muitas vezes é um grito de resistência, a resistência de quem está numa luta fora o mainstream, que não se polariza num mundo binário. Abraçamos, dançamos, choramos, enlutamos, nascemos e morremos, num mundo que queremos diverso, “um mundo com muitos mundos dentro dele”. Somos formiguinhas obreiras às vezes, outra vez castores, umas vezes leoas e tigres regendo os dentes, somos humanas também. Mas o que queremos mesmo ser é ecossistemas, abraçar o muro que é furado por urtigas como a nossa querida Telma Laurentino nos ensinou no Chá com Urtigas. E que venham mais chás, mais conversas e espaços. Nesta edição também damos as boas vindas a grande Fátima Marques, nova colunista, que vem falar-nos de neurodivergência. Tão necessário, tão importante.

E brindemos, brindemos as nossas 50 edições e, mais importante do que isso, os 50 anos do 25 de Abril. Desse grande evento que nos permite hoje dançarmos em liberdade. Viva a vida.

Os Cravos Murcham

Maria trincão maia

Empunhamos as flores, pomos nas lapelas, nos cabelos… dos sacos de algodão, pendurados aos ombros, espreitam orgulhosos. São Cravos Senhores e Senhoras. São Cravos de Abril. Vermelhos, vermelho vivo, vivo como o sangue pulsante de quem fazia a revolução. São Cravos! Viva Abril, Viva o 25 de Abril. Viva a democracia!

O 25 de Abril foi há 50 anos. Envelheceu. Curioso que o símbolo da nossa pacífica revolução são flores, flores cortadas, flores que irão morrer passado poucos dias. .

Trauma e Lugar

Sofia Batalha

Não temos trauma; o trauma têm-nos a nós.

– Báyò Akómoláfé

Muito se tem falado sobre trauma nos últimos tempos. Tanto, que já se tornou uma palavra de uso corrente e o seu significado foi bastante superficializado.

Uma das possíveis definições de trauma é a descrição de desafiantes consequências emocionais que a vivência de acontecimentos angustiantes tem para um indivíduo. Acontece que os acontecimentos traumáticos podem ser difíceis de definir porque o mesmo evento pode ser mais traumático para algumas pessoas que para outras.

Colunas desta Edição

Mitologia Criativa

ÉLIA GONÇALVES

Das cinzas e dos inícios
3 min. leitura

Ciclos da Terra e da Alma

ÍRIS LICAN GARCIA

Chá de Cravos
2 min. leitura

Biografia dos dias sem princípio

INÊS PECEGUINA

“Para o infinito e mais além: sobre as narrativas, e o esquecimento”
PARTE I
4 min. leitura

O Canto do Verbo

ANA ALPANDE

“Culto à Eternidade”
1 min. leitura

Onde mora o coração, histórias e paisagens

ANA SEVINATE

“As Senhores com Capuzes de Cor Púrpura”
2 min. leitura

Mil-em-Rama

MARISTELA BARENCO

Quando a arte refecunda a vida: por “Dias Perfeitos
3 min. leitura

Estórias Simples

PATRÍCIA ROSA-MENDES

“Palavras”
6 min. leitura

O Cântico dos Cânticos

AMALA OLIVEIRA

“A Voz do Espírito Santo”
3 min. leitura

Entrelaçamentos Inegáveis

TELMA LAURENTINO

O convite do chá de urtigas à respiração ecossistémica
3 min. leitura

Ecoespiritualidade

JORGE MOREIRA

“A Despedida”
3 min. leitura

No Espetro – Neurodiversidade
e Justiça Social

FÁTIMA MARQUES

Não se Pode Ensinar a Nadar Quem se Está a Afogar
5 min. leitura

“Perguntavam-me, no outro dia, porque continuávamos a fazer a revista? E a resposta, tanto minha como da Sofia, é sempre a mesma: amor e teimosia. A revista muitas vezes é um grito de resistência, a resistência de quem está numa luta fora o mainstream, que não se polariza num mundo binário. Abraçamos, dançamos, choramos, enlutamos, nascemos e morremos, num mundo que queremos diverso, “um mundo com muitos mundos dentro dele. Somos formiguinhas obreiras às vezes, outra vez castores, umas vezes leoas e tigres regendo os dentes, somos humanas também.

Maria Trincão Maia

Maria Trincão Maia

Editora da Revista

Pessoa, às vezes. À procura de alguma coisa que não sabe o que é. Caminhante por margens, que às vezes anda de carro ou bicicleta elétrica. Uma espécie de estudante e uma estudante de espécie. Designer mas não sabe de que... ainda. Porém, quase preferencialmente: uma metamorfose ambulante.

  • instagram.com/maria.trincao.maia