Este mapa (percorrido em corpo e sonhos, e desenhado por mim) representa o território mítico que fundamentou e teceu o livro “O Santuário – Ensaios sobre Eco-Mitologia.”
Soli Æterno . Lunæ . Okeanus
Geo-Oceanografia Sagrada da Finisterræ – Lisboa a Sintra – Portugal.
Finisterræ significa o fim da terra, nome que os romanos deram a esta sagrada geo-oceanografia. De notar as duas massas de água aqui presentes, o vasto Atlântico salgado equiparado ao mítico Mundo dos Mortos, e o estuário do Tejo, o maior rio da Península Ibérica. Com origem em Espanha, desagua no Oceano Atlântico em Portugal.
O geólogo António Galopim Carvalho refere que “para os gregos, o Mediterrâneo era o mar onde navegavam. Era um mar rodeado de terra, no meio de terra, a que chamaram “Tethys,” o nome da deusa, esposa de “Okéanos,” o deus do “Grande Rio que corre em torno da terra,” para lá das Colunas de Hércules (Estreito de Gibraltar), frente aos Montes Atlas, ou seja, o Oceano Atlântico, o único que conheciam. Saiba-se que o qualificativo “Atlântico” foi dado pelos romanos, aludindo aos Montes Atlas, a cadeia de montanhas do Norte de África, de onde se encurva para a Hispânia (arco de Gibraltar), para lá do qual se abria, sem fim que se conhecesse (o “Grande Rio” dos gregos). Atlas, recorde-se, era o gigante da mitologia grega que transportava o Mundo (incluindo a esfera celeste) às costas, mais tarde petrificado naquelas montanhas.”
Por sua vez, o nome “Tagus” provavelmente deriva da palavra latina que significa “rio grande”, tendo também uma antiga ligação com os Teixos sagrados. Nesta cartografia estão também presentes os promontórios sacralizados, de Sintra a Lisboa.
Aqui está a legenda do mapa:
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1— PEDRAS Pretas — “Laje Erguida” — Gravuras rupestres do Magoito
Significado de gravuras de laje: Sol Eterno, Lua e Oceano. Culto solar proto-histórico, datado entre o final da Idade do Bronze e o início da Idade do Ferro. Gravuras em laje das “Pedras Negras” ou “Lage Erguida”, junto à Praia do Magoito, junto à costa. Descobertos em 1985 e logo depois destruídos, parecem indicar uma figura antropomórfica fálica orante, com os braços erguidos e mostrando círculos que provavelmente representam o sol, além de várias linhas, bem como depressões circulares. Na antiguidade, sereias e tritões eram vistos por aqui.
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2— Æterno Temenos — “Alto da Vigia” — Santuário ao Sol, Lua e Oceano
Na foz do rio Maçãs existiu outrora um grande santuário sincrético dedicado ao Sol, à Lua e ao Oceano, cujos vestígios datam dos séculos II e III a. Mas o ritual e os mitos são provavelmente muito mais antigos. Na época, o recinto circular do santuário (talvez um templo, ou um Temenos) erguia-se sobre uma crista rochosa que se projetava para o mar, até aos 40 metros de altitude, constituindo assim um pequeno promontório.
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3— Cabo Ophiussa — Cabo da Roca — Entrada no Mundo dos Mortos
Designado na antiguidade como Promontório de Ophiussa (a arcaica deusa tutelar deste território), sempre foi um importante acidente geográfico para a navegação, a parte mais ocidental do continente euroasiático. Onde o sol se apaga diariamente na imensidão oceânica, um lugar sagrado. É muito provável que o Cabo da Rocha e seus arredores tivessem estruturas de apoio à navegação e vigilância durante a Antiguidade.
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4— Templo Lunæ – “Anta de AdreNunes” – Montanha Sagrada de Fátwa
Perto do Cabo da Roca fica num dos pináculos da serra, uma colina 426 metros acima do nível do mar, virada a poente. O maior dólmen de Portugal chama-se Templo da Lua. Esta câmara funerária megalítica remonta a cinco mil anos. A sua localização e orientação particular, voltada para as águas profundas do Oceano Atlântico a oeste, a direção de antigos ritos de fertilidade e morte, fazem-me especular se este poderia ser um arcaico Santuário marinho, um farol e possivelmente um local cerimonial, conectando divindades terrestres e oceânicas, juntamente com a tradição esquecida centrada na água.
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5— Cascais — Vila Velha — Grutas Pré-históricas
Baía habitada desde o Paleolítico. A etimologia do nome pode vir do baixo latim ‘montão de conchas ou conchas’, ou de raízes islâmicas posteriores, navegador/marinheiro muçulmano Khashkhash (século IX). Em árabe, khashkhash, sinónimo da palavra portuguesa “papoila adormecida”. Em 1879, o geólogo Carlos Ribeiro explorou estas grutas pela primeira vez, encontrando vestígios arqueológicos que vão desde o Paleolítico à Antiguidade Tardia. A principal ocupação data do Neolítico e do Calcolítico (4.º e 3.º milénios a.C.) e corresponde à utilização da gruta como necrópole, tendo sido identificadas mais de uma centena de sepultamentos.
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6— Covas Útero — Cavernas artificiais na rocha — Penhasco Sagrado da Aprendiz de Fátwa
A necrópole pré-histórica de S. Pedro do Estoril localizava-se na arriba que ladeia a praia a poente, junto à Ponta do Sal e ao estuário da cascata da Ribeira de Caparide, e era composta por duas grutas artificiais escavadas na rocha por mãos humanas. Devido à contínua erosão da arriba, estas estruturas encontram-se em avançado estado de destruição. Os artefactos encontrados incluem quatro anéis espirais de ouro, ídolos cilíndricos de calcário, artefactos de cobre, argila e cristal de rocha e vários objetos de osso, incluindo um conjunto de botões de osso polido. Também restos de um colar com uma presa de javali.
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7— Alapraia — Necrópole pré-histórica
As Grutas Artificiais da Alapraia constituem uma necrópole pré-histórica formada por quatro túmulos subterrâneos, ou hypogea, que foram criados pela escavação da rocha com ferramentas de pedra. Acredita-se que essas tumbas datam do último trimestre do 4º milénio AEC e foram usadas como necrópole por mais de mil anos. Os itens encontrados incluíam vasos de cerâmica decorados, pratos de xisto com padrão geométrico, peças de osso polido, pederneiras, pérolas, ídolos votivos e réplicas em calcário de duas solas de sandálias, que se acredita serem únicas no mundo.
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8— Murtal — povoado pré-histórico de Murtal
O assentamento pré-histórico de Murtal está localizado na encosta SO da aldeia onde moro. A uma altitude de cerca de 56 m, 700 m a sul encontra-se a baía de S. Pedro do Estoril, e 400 m a oeste a ribeira de Caparide. Faz parte de uma rede local de três complexos funerários: as grutas artificiais da Alapraia, S. Pedro do Estoril e Murtal. O povoado pré-histórico do Murtal terá tido uma longa ocupação entre o Neolítico e o Calcolítico Final/Idade do Bronze Inicial. Vários fragmentos cerâmicos e líticos e fauna pré-histórica foram aqui encontrados.
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9— Olissipo — Ulisseia — Lisboa
Local habitado desde o Paleolítico. Os ventos empurraram as embarcações de Ulisses e, indo além das Colunas de Hércules (Gibraltar), encontrou na parte ocidental da Península Ibérica, as Finisterræ localizadas nos confins do mundo mediterrâneo. Rendido ao encanto da sua natureza pródiga, ancorou no largo estuário do Tejo e construiu na margem direita do rio a sua cidade helénica, Ulisseia, mais tarde a romana Olissipo. Para fazer isso, Ulisses conquistou e subjugou a deusa tutelar local Ophiussa, a grande rainha serpente das tribos Ofides e Oestreminiis —os habitantes nativos das terras extremas do oeste, a terra sagrada do ritual da morte e das deusas serpente.
Mitos e histórias de lugares
A minha atual linha de trabalho mantém-me à procura de mitos e histórias de lugares, constantemente a averiguar diferentes versões de contos populares locais. Uma das minhas motivações para continuar a desenterrar e recuperar as camadas submersas da minha cultura, é resgatar outras formas de relacionar, outras formas de contar histórias, que, sem se apropriar de mitos e saberes de outras culturas, possam aproximar-nos de uma perspectiva sagrada animista —a presença relacional complexa num mundo consciente vivo. Esta é uma tarefa assustadora, à beira de múltiplas guerras e profundas crises ecológicas, num sistema cultural violento, desde profundamente racista, conspiracionista, e tendenciosamente fascista.
Fazê-lo significa mergulhar fundo no tecido cultural português, abrindo pacientemente as grossas portas de ferro de mil e quinhentos anos de aniquilação hierárquica cristã —que, paradoxalmente, também se tornou o melhor guardião das antigas culturas locais que desprezava. Significa também caminhar teimosamente pelas paisagens sistematicamente demonizadas e assépticas.
Recentemente, em conversa com duas amigas e colegas da mesma linha de trabalho, Élia Gonçalves e Patrícia Rosa-Mendes, partilhei a dificuldade em encontrar narrativas locais com integridade, e o quão esparso e frágil é este antigo conhecimento mítico e ecológico no povo português histórias. Élia e Patrícia prontamente ecoaram o meu sentimento, compartilhando os mesmos desafios causados por esta profunda separação —na verdade, todos nós enfrentamos a profunda alienação e a amnésia coletiva das raízes da nossa cultura. Ambas mencionaram que quando alusões xamânicas, animistas e arcaicas aparecem, surgem de maneiras bizarras e absurdas, sempre sem contexto e de forma violenta, aleatória e demonizada.
Por exemplo, o conto “A Noiva do Corvo” conta a história de uma mulher com um corvo na sua companhia. O corvo queria casar-se, então ela mandou chamar a mais velha de três lindas irmãs que moravam perto; a rapariga respondeu que não se casaria com o corvo, e ele com raiva arrancou-lhe os olhos. Eventualmente, a terceira irmã submeteu-se a casar-se com o corvo, e depois de muitas aventuras —de queimar penas, andar pela terra com sapatos de ferro, uma fonte de madrepérola com a lavadeira de vestido de penas, e o desencanto de pássaros que eram príncipes; todos os elementos simbólicos de cerimónias xamânicas primordiais, agora completamente perdidas— a menina conseguiu casar-se com o corvo, que, na verdade, era um rei enfeitiçado. Noutro exemplo, discutido no penúltimo capítulo do livro, temos um pedaço de carne crua vomitado pela profanada sereia D. Marinha, por receio de que o seu filho fosse queimado pelo pai. Há também a história da “Criança Lobo”, o menino lobo demonizado, enfeitiçado por uma bruxa malvada com sangue a escorrer pelo rosto. Só o deus cristão pode salvar o menino, embora o faça pela mão de uma curandeira local.
Há também um tipo diferente de história, como o “Conto da Lua e da Água”: quando Deus fez o Inferno, ele deixou Luz-Vela na sua cadeira; quando ele voltou, Luz-Vela não lhe devolveu a cadeira, alegando que o Senhor a havia dado. O Senhor disse, “A cadeira é minha; Eu emprestei, não dei a.” Luz-Vela queimou muito e discutiu com o Senhor. O Senhor apresentou a Lua, a Água e o Sol como testemunhas de que havia emprestado e não dado a cadeira. A Lua e a Água juraram falsamente; o Sol jurou a verdade, dizendo ao Senhor “O que é dado é dado; o que é vendido é vendido; o que é emprestado é emprestado. Portanto, a cadeira é sua.” Claro, Deus puniu a Lua, tirando os seus raios para os dar ao Sol; também puniu a Água, forçando-a a correr sempre. Neste pequeno conto fica clara a demonização, por falso testemunho, a favor do próprio demónio, da Lua e das Águas, ambos antigos elementos sagrados da espiritualidade imanente e sazonal da Terra. É, pois, um conto de conversão da antiga fé para a nova mono crença no transcendente.
No meu livro anterior,“Contos da Serpente e da Lua,” abri a possibilidade de estas histórias serem fragmentos de mitos xamânicos e animistas muito antigos, de sabedoria, observações e rituais. Parte de uma teia oral perdida e esquecida de conhecimento ecossistémico, agora fazendo-se notar de forma aparentemente grotesca e sem sentido.
Possivelmente, essas histórias fizeram parte de narrativas míticas maiores, agora desaparecidas, e o que restou são nós soltos à deriva, sem chão, sussurros primitivos, agora estéreis, sem raízes ou significado real.
Através do seu bravo trabalho, Élia e Patrícia descreveram este esquecimento como consequência e sintoma de traumas intergeracionais enterrados pela violência devastadora que este território e os corpos dos seus habitantes sofreram desde tempos imemoriais. Com efeito, os mais de mil anos de sucessivas colonizações violaram, silenciaram e exilaram triunfalmente modos de estar animistas neste território, extirpando qualquer relação possível com o solo —os ossos enraizados onde essas memórias dolorosas e sangrentas ainda residem. E, com o esquecimento dos rituais comunais para alquimizar tal dor, o único lugar seguro está na transcendência, cedendo a um mono-deus no céu —estilhaçando qualquer possibilidade de conexão local, visceral, de parentesco e recíproca. Neste trabalho de recuperação de outras formas de estar nesta terra, queremos recordar quem éramos antes de exportar estas lentes agressivas e predatórias para o mundo.
Não se trata de uma empreitada romântica, pois implica em responsabilidade e em lidar com rigor com as sombras vivas exiladas da nossa história e presente, com seus monstros e paradoxos metabólicos.
Estas feridas abissais cortam profundamente as nossas psiques coletivas, quebrando todas as possibilidades de segurança ou integridade, pois quando cada lugar, chão, solo, rio ou pedra é perturbadoramente demonizado, tudo o que resta é o medo, sendo o que mais encontramos nos contos populares e comunidades rurais orais.
[continua no próximo número]
Referências
- “ALMOÇAGEME, DOIS MIL ANOS DE HISTÓRIA.” ASSOCIAÇÃO HUMANITÁRIA DE BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS DE ALMOÇAGEME, http://www.bvalmocageme.pt/associacao/historia/historia_de_almocageme/. Accessed 15 May 2023.
- Baptista Pato, Heitor. “A SERRA DE SINTRA (PORTUGAL): CULTOS À LUA, AO SOL E A SATURNO.” celtiberia.net, 2007, https://www.celtiberia.net/es/biblioteca/?id=2943.
- Caetano, Maria Teresa. Cavalos do vento e ginetes do ocaso: do paradeisos à partenogénese do Monte da Lua. Doutorada em História da Arte; Investigadora do ARTIS — Instituto de História da Arte da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa; ORCID 0000—0002—6591—0238 mtvcaetano@gmail.com. no. 19, Revista Portuguesa de Arqueologia, 2016, pp. 175—194.
- Cunliffe, Barry W. Europe Between the Oceans: Themes and Variations, 9000 BC — AD 1000. Yale University Press, 2011.
- Cunliffe, Barry W. On the Ocean: The Mediterranean and the Atlantic from Prehistory to AD 1500. Oxford University Press, 2017.
- García—Osuna, Alfonso J. The Atlantic as Mythical Space: An Essay on Medieval Ethea. Vernon Press, 2023.
- Nunes dos Santos, Pedro José. Ecos do Santuário romano consagrado ao Sol, à Lua e ao Oceano: a sua recuperação física e a perpetuação da iconografia astral na arte religiosa pós tridentina em torno de Sintra. Tese orientada pelo Prof. Doutor Vior Serrão e pelo Prof. José Cardim Ribeiro, especialmente elaborada para a obtenção do grau de Mestre em Arte, Património e Teoria do Restauro 2017. Universidade de Lisboa, 2017. PDF.
- Oliveira Borges, Marco. ESTUDOS DE PAISAGEM — PAISAGEM CULTURAL MARÍTIM A DE SINTRA: UMA ABORDAGEM HISTÓRICO—ARQUEOLÓGICA. Edited by Pedro Fidalgo, vol. 3, Inst ituto de História Contemporânea da Faculdade de Ciências Socias e Humanas da Universidade Nova de Lisboa, 2017.
- https://www.publico.pt/2017/12/09/ciencia/noticia/como—se—extinguiu—o—ursopardo—em—portugal—1795132
- Jorge Paiva — “A relevância da fitodiversidade no Montemuro”
- Francisco Álvares e José Domingues — “PRESENÇA HISTÓRICA DO URSO EM PORTUGAL E TESTEMUNHOS DA SUA RELAÇÃO COM AS COMUNIDADES RURAIS”
- T. ANTUNES — “Castor fiber na gruta do Caldeirão, Existência, distribuição e extinção do castor em Portugal”
- Nicole Devy — Vareta — “Para uma geografia histórica da floresta portuguesa, AS MATAS MEDIEVAIS E A «COUTADA VELHA» DO REI”
- Nicole Devy — Vareta — “Para uma geografia histórica da floresta portuguesa, DO DECLÍNIO DAS MATAS MEDIEVAIS À POLÍTICA FLORESTAL DO RENASCIMENTO (séc. XV e XVI)”
Para citar este artigo:
BATALHA, Sofia. Cartografia do livro “O Santuário” – parte I. Vento e Água – Ritmos da Terra, https://ventoeagua.com/revistas-online/revista-45/cartografia-do-livro-o-santuario/, número 45, 2023
Com efeito, os mil anos de sucessivas colonizações violaram, silenciaram e exilaram triunfalmente modos de estar animistas neste território, extirpando qualquer relação possível com o solo —os ossos enraizados onde essas memórias dolorosas e sangrentas ainda residem.
E, com o esquecimento dos rituais comunais para alquimizar tal dor, o único lugar seguro está na transcendência, cedendo a um mono-deus no céu —estilhaçando qualquer possibilidade de conexão local, visceral, de parentesco e recíproca.
Sofia Batalha
Fundadora e Editora da Revista
Mamífera, autora, mulher-mãe, tecelã de perguntas e desmanteladora o capitalismo-global-colonial-tecnológico um dia de cada vez. Desajeitada poetiza de prosas, sem conhecimentos gramaticais. Peregrina pelas paisagens interiores e exteriores, recordando práticas antigas terrestres, em presença radical, escuta activa, ecopsicologia, arte, êxtase, e escrita.
Honor hystera. Re-member. Response-ability. (un)Learn together.
Autora de nove livros e editora da revista online Vento e Água, Comadre conversadeira no podcast Re-membrar os Ossos e em Conversas D'Além Mar. Instagram, Serpentedalua.com, Sofiabatalha.com
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