Oitavo ciclo

57

1 Fevereiro 2025

Edição de Sofia Batalha

Bem-vindos ao Oitavo Ciclo!

 

É verdade! Oito anos de projecto! Encontramo-nos aqui, já no número 57 da revista. Continuamos pelas franjas e meandros, a coser narrativas alternativas. Para inaugurar este oitavo ciclo, a revista vem com uma nova cara, um grafismo renovado pronto a estrear. Novas imagens, animações e apresentações de autores e colunistas, para abrir o ciclo com uma nova energia. Determinámos que o convite aberto vai continuar activo ao longo deste ciclo e os colunistas decidiram que ainda querem fazer parte deste colectivo virtual. Por tudo isto celebramos a entrada neste novo ciclo! Que bons ventos tragam inspirações e desafios, contradições e instigações.

Nesta Edição 57 trazemos cinco artigos, dois da casa, dois convidados e uma continuação de submissão pelo convite aberto. As colunas continuam a revelar os meandros de cada autor que as fecunda, expressando as suas reflexões, sentires e observações.

Boas Leituras! 

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{online, não gravado, por donativo}

🌿 Ecologia Mítica dos Monstros com Telma Laurentino e Sofia Batalha, 7 de Março – 19h30 – 21h00

Artigos desta Edição

Os Enfeites de Origami

Dulcineia Pinto

No rescaldo do Natal, findadas as festividades, as noites santas e o dia de reis, olho com complacência para os enfeites de origami que pendem dos ramos do pequeno pinheiro pousado sobre o móvel da sala. Em várias cores, encontram-se intercalados com pequenas bolas metalizadas, reluzentes, compradas numa qualquer superfície comercial.

A cada olhar sobre os enfeites de origami, feitos pelas minhas mãos e da minha filha, numas vésperas de Natal há muito passadas, brotam sentimentos de dor, apaziguamento, esperança, amor, dádiva e redenção.

Seres Primevos

Sofia Batalha

Estes são seres híbridos e zoomorfos, ainda hoje encontrados nos limiares do tempo e dos lugares. Passam fugazmente nos cantos da visão periférica, deixando-nos com pele de galinha, sussurram como o vento e invadem os nossos sonhos. Sem que os vejamos concretamente, sem que os possamos medir, pesar ou quantificar. Podemos ter ouvido os seus contos e lendas à lareira em casa da avó, ou debaixo das estrelas naquelas férias de verão.

Arte e Rios

[Parte II]

Raquel Berndt

Desafiando a visão ocidental tradicional que separa os seres humanos da natureza, Ailton Krenak enfatiza que somos parte integrante dela. Ele instiga o reconhecimento da interconexão de todas as formas de vida e o entendimento de que nossas ações têm impactos diretos no meio ambiente. Uýra, como artista indígena e alinhada com esse pensamento, nos convida a reconhecer nossa capacidade de coexistir com o mundo natural, a agir em harmonia com ele e a ser parte integrante deste contexto ecológico.

O Impulso Anárquico

fabrice olivier dubosc

Nos aspectos hierárquicos e coloniais que animaram a sua dialética, Hegel foi o primeiro a representar a sujeição, na dinâmica entre escravo e senhor, como um defeito no princípio da subjetivação, manifestado por sujeitos supostamente “mais fracos”, incapazes de enfrentar o risco e a luta possivelmente mortal na luta humana pelo domínio.

Melodia Telúrica

Maria trincão maia

No alto do monte alguém chamava, chocalhavam os ossos dentro do saco. O braço fino e pálido abanava o saco de serapilheira. Abanava tanto que se tornava música, uma espécie de sinfonia terrena. Grave como o pulsar da terra. A figura era alta e esguia, os cabelos esvoaçavam pelo rodopio do vento. E o corpo, como se tivesse separado do braço, mantinham-se imóvel. Quase se podia confundir com uma estátua se não fosse pelo cabelo e pelo braço que abanava o saco de ossos.

Colunas desta Edição

A Casa da Floresta

ÉLIA GONÇALVES & PATRÍCIA ROSA-MENDES

“Invisível”
4 min. leitura

Ciclos da Terra e da Alma

ÍRIS LICAN GARCIA

“A Morte tem lugar à mesa”
7 min. leitura

Biografia dos dias sem princípio

INÊS PECEGUINA

“Precisaremos ainda de um corpo?” – PARTE I
7 min. leitura

Um Falcão Peregrino À Janela

ANA ALPANDE

“Terceira Semana de Inverno”
3 min. leitura

Onde mora o coração, histórias e paisagens

ANA SEVINATE

“Inverno, podes ficar e sonhar mais um bocadinho porque as tuas flores não se demoram”
3 min. leitura

Ecoespiritualidade

JORGE MOREIRA

“História do meu quotidiano urbano de ontem”
5 min. leitura

Mil-em-Rama

MARISTELA BARENCO

“Sustentar o incapturável
4 min. leitura

O Cântico dos Cânticos

AMALA OLIVEIRA

“A Promessa do Fogo Verde
3 min. leitura

Entrelaçamentos Inegáveis

TELMA LAURENTINO

“A poesia ecossistémica de corações rachados contra mentes entorpecidas”
4 min. leitura

Ficha Técnica

Os artigos são da inteira responsabilidade do autor.

EDITOR

Sofia Batalha

DESIGN E PaGINAÇÃO

Sofia Batalha e Maria Trincão Maia

revisão

Margarida Trincão e Quelinha Caetano

crédito das fotos

Unsplash.com e fotografias dos autores 

8º ciclo - 2025

Revista 57 - 1 de Fevereiro
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Revista 59 - 1 de Maio
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Revista 61 - 1 de Agosto
Revista 62 - 21 de Setembro
Revista 63 - 1 de Novembro
Revista 64 - 21 de Dezembro

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Ecologia Mítica dos Monstros com Telma Laurentino e Sofia Batalha, 7 de Março – 19h30 – 21h00

Sofia Batalha

Sofia Batalha

Eco-Mitologia e Ecopsicologia; Fundadora e Editora da Revista

Mamífera, autora, mulher-mãe, tecelã de perguntas e desmanteladora o capitalismo-global-colonial-tecnológico um dia de cada vez. Desajeitada poetiza de prosas, sem conhecimentos gramaticais.

Peregrina pelas paisagens interiores e exteriores, recordando práticas antigas terrestres, em presença radical, escuta activa, ecopsicologia, arte, êxtase, e escrita.

Certificada em Ecopsicologia e Mitologia Aplicada pela Pacifica University, nos EUA. Saber mais sobre mim aqui.

*Homenagear hystera. Recordar a capacidade de resposta. (des)aprender em conjunto.

Podcast Eco-Mitologia
Autora de 11 livros & 2 (Des)Formações
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